domingo, 27 de junho de 2010

fim de jogo

esse é o último post desse blog. se voltar a escrever, o que quer que seja, faço outro blog. talvez sobre comida. leituras. lamentar aqui é desperdício. não lamentei antes, não quero começar agora. o fato é que eu não tenho o que fazer. a vida é assim mesmo, cheia de contradições. de perdas, e ganhos. de prazer, e desprazer. se fosse de outro jeito, não seria tão real. eu preciso só respirar. sentir o que tiver que sentir até o mal-estar passar, e passa, é o que tenho que lembrar. quando eu não lembrar, posso sempre ler esse blog e esperar porque o que doía (sem medida) anos atrás já não dói mais.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

cidades

tenho estado distraída a maior parte do tempo. às vezes não faço o que deveria fazer. mas, se me concentro, não aguento meu grau de solidão. então é mais fácil não sentir de uma vez. mas aos poucos. e doer por etapas. de qualquer maneira, distraída ou não, faz anos que não ficava tão solitária. o que é natural, quando se acabou de mudar de cidade. e tudo vai bem, apesar de. essa é a maior ironia.

domingo, 14 de março de 2010

lugar

não sei que lugar eu quero, mas tenho medo de continuar aqui, com as mesmas escolhas, nesse mesmo lugar. então eu fiz o que tinha que fazer, outra escolha. eu não sei o que vou perder. talvez nada, no máximo um pouco de prazer. eu quero é saber o que vou ganhar.

sexta-feira, 5 de março de 2010

prazer

o que é a cultura do prazer imediato? às vezes faço a pior escolha por prazer (num primeiro momento por impulso e depois consciente de que não deveria), um prazer instantâneo. meu corpo não concorda com o que falo (às vezes tudo o que quer é ceder e conseguir um pouco mais de prazer, ainda que depois eu não fique com mais do que a memória do prazer, nunca com um vínculo), o que me faz pensar que encontro o que quero, o que procuro. então não se trata de mudar de texto, mas de convencer meu corpo a procurar por mais do que já encontrou até agora, a querer mais, qualquer relação outra.

casa

hoje consegui escutar música aqui pela primeira vez em 3 semanas. minha primeira opção foi kip winger (pages and pages). e pela primeira vez me senti em casa. fui lavar louça quase meia noite e pensei sjrp não é mais minha casa, não sinto falta do apartamento (menos ainda das baratas), nem da cidade, mas das amigas, das cervejas do bar ao lado e das curtas distâncias. foi mais rápido do que pensei, gostar daqui. não imaginei que ia gostar, não tão cedo.

terça-feira, 2 de março de 2010

solidão

podem me chamar de estranha, mas às vezes eu preciso ficar sozinha, eu prefiro estar sozinha e tenho ótimos momentos sozinha.
faz tempo que eu não sei o que é solidão e se eu sinto falta de ficar sozinha eu não podia estar em um momento melhor, em um lugar melhor, essa cidade enorme onde eu não conheço quase ninguém.

de novo

comprei um guarda-chuva só hoje, na terceira semana em são paulo. eu costumava ser o tipo de pessoa que lista o que precisa levar antes de uma viagem. dessa vez, mudei de cidade sem qualquer lista. você é lerda, eu escuto. eu não respondi, a pessoa nunca mudou de cidade, não sabe o que é. que mais? ah, quase sempre reclamo que eu não saio do lugar, mas nunca estive tanto em movimento. assustada ainda, mas em movimento, como tudo, no fim.