abstinência, a saga

não sei mais o que é cigarro já faz um mês. e isso é motivo de comemoração). não tenho qualquer intenção de voltar a fumar. tinha medo de querer fumar quando tomasse as minhas cervejas, mas semana passada eu bebi até demais e em nenhum momento senti falta ou vontade de fumar. tenho que agradecer a lei anti-fumo. sem essa lei, não preciso dizer que eu não conseguiria, afinal, frequento esse lugar em que, antes da lei, até a minha alma cheirava a cigarro no dia seguinte. quando eu tentei parar, nunca conseguia (e duvido que um dia possa fumar apenas socialmente, porque tenho a certeza de que se puser um cigarro na boca vou acender vários outros em seguida), então eu parei e eu não tenho mais a opção de fumar. sempre fui o tipo de pessoa que toma as decisões certas e depois volta atrás, pensei que era incorrigível, mas não sou. isso me anima.

no lugar

às vezes esqueço de lembrar que também fujo do que idealizo, da imagem que tenho de mim, do que falo. às vezes o meu corpo sabe antes de qualquer palavra e eu finjo que não. então tenho que ajustar o que quero e o que falo ao que meu corpo quer, ao que meu corpo diz (porque se ainda não confio mais no meu corpo do que em palavra, tenho que começar a confiar).

fora do lugar

queria dizer que nada me dá mais tesão do que alguém que não sente culpa por fazer o que quer fazer (independente das convenções sociais, de ser "correto" ou não). a sinceridade às vezes é excitante.

excesso

hoje eu não queria que qualquer situação tivesse sido diferente.
a realidade é o que pode ser.
é o que consegue ser. se fosse de outro jeito já seria literatura.
eu quero é saber de amanhãs.

máquina de limpeza

ontem eu tive um pesadelo antes de ir dormir. fui à cozinha de madrugada atrás de comida e encontrei umas baratas na pia. daquelas bem pequenas. entre perguntas e respostas no msn, eu ia à cozinha e matava mais algumas. até que me obriguei a dormir, mas quem disse que dormi bem. em um dado momento, na cama, senti um inseto pequeno em mim, mas me convenci de que era impressão, porque não podia pensar que era uma barata. assim acordei antes que o despertador tocasse. minha manhã foi quase machucar as mãos de tanta faxina. depois do almoço, fui ao mercado: precisava de comida e de iscas e de veneno de barata. na lavanderia, dispus uma isca perto da máquina de lavar roupa. depois de três horas de faxina durante a manhã, voltei à cozinha, lavei louça (duas pilhas) e empacotei uns eletrodomésticos. eu não me importava com o meu cansaço, porque planejava, com empenho, a morte das baratas: colocaria duas iscas na cozinha, uma na pia e outra perto da parede. hoje?, hoje algo me diz que eu vou dormir bem.

abstinência, a saga

acabei de chegar em casa. não, não joguei fora os isqueiros, nem os maços (vazios) de cigarro, como disse que ia. não sei o que é cigarro desde o natal. e agora? e agora vejo, ao lado do som, aqui, perto do teclado em que digito esse texto, um maço de carlton, um de malboro e um isqueiro, o roxo, da clipper, que tem um formato diferente, um isqueiro típico de mulherzinha. quando abrir o guarda-roupa, depois de tomar banho com a esperança de que vou me distrair dessa vontade de fumar, vou encontrar outro isqueiro, o branco, que ganhei de presente outro dia. e vou lembrar de que parei de fumar. e vou querer fumar. amanhã, de novo, quando for ao bar. e depois de amanhã, quando eu voltar no bar. se esses maços não estivessem vazios, já teria fumado. precisava jogar fora os isqueiros.

futuro

p: saudade de mim 10kg a menos. é bom ver fotos antigas. me voltam ao tempo em que foram tiradas. as pessoas que não pensei que ia conhecer. etc. tudo que eu não imaginei que ia acontecer.
t: poderia ter fotos do futuro
p: PUTZ, ri muito aqui
p: poderíamos inventar as fotos do futuro
t: é!
p: quem sabe o futuro não aconteceria de acordo com a imaginação
t: uhum. com as fotos que se tira.
p: surreal. será que acreditamos nO Segredo?

p: dizem que a força do pensamento é tudo

p: que não duvidaríamos se estudássemos física quântica.
t: prefiro acreditar em borges

será? pelo sim, pelo não, vou querer o que há de melhor. agora.

erva mate livre

p: muito bom o blog, sério
p: até melhor que o outro!!!
t: ahaha
p: saudade de quando eu tinha criatividade
p: ~~
t: não é criatividade, mas a vida. ahahah

entenda aqui.

janeiro

um ótimo começo de ano a quem quer que leia esse blog. agora é só esperar pelas mudanças, que, se não foram planejadas, ainda estão por vir, elas sempre vem. e pelos imprevistos. e por outros olhares, aqueles mais improváveis, os mais difíceis de se conseguir.