sábado, 6 de outubro de 2007

Seção Trash

Sonhei que um piu-piu cor-de-rosa muito muito grande e com cara de jumento na ponta ficava balançando no ar e depois corria atrás de mim. Depois o piupiu grande passava na minha frente e eu tinha que montar nele, e a cara do piupiu que era de jumento virava para mim e passava o linguão dele mais quente que o do Juca na minha coninha. Eu gritei muito de medo do linguão, mas aí apareceu o He-Man e a princesa Léia, e o He-Man cortou com a espada só a cabeça do jumento mas o piupiu ficou inteiro do mesmo jeito, só que sem a cabeça grande do bicho, e entrou no meio das pernas da princesa Léia e ela gritava ui ui e parecia bem contente. O He-Man também estava com a espada atrás dela, da princesa, e eu estava segurando na trança da princesa Léia e a gente ia voando até o Corcovado. Esse pedaço [do sonho] foi bonito. (...)
____o caderno rosa de lori lamby, hilda hilst
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No caderno rosa de Lori Lamby, o pai de Lory, uma garota de 8 anos de idade, resolve escrever narrativas eróticas por já não acreditar que textos de qualidade são publicados e lidos. Com um papel escrito "BOSTA", ele separa em uma estante da biblioteca as revistas e as obras eróticas que ajudam na preparação do livro. Lori escuta as conversas do pai com o editor, pega as revistas e os livros e começa a escrever textos eróticos, desde cartas até estórias infantis. No caderno, Lori conta que transa, com o conhecimento dos pais, por dinheiro, com vários homens mais velhos. Por brincar com a pedofilia, o caderno é um escândalo desde a primeira página. Obsceno. Indigesto. Ofensivo. Incorreto. São alguns dos termos que os críticos usaram quando escreveram sobre esse livro da Hilda Hilst. A figura dessa seção é uma das ilustrações do Millôr Fernandes para o caderno. O texto é uma das cartas da Lori para o tio Abel. Por achar que o livro é simplesmente sem noção, eu transcrevo um trecho aqui. Eu não condeno o livro. Já aviso. {}