É a substância deste dia, um cachorro latindo, poucas pessoas na rua falando, árvores ao vento de algum sol. São os carros lá fora, aceleradores, e a cantora que ontem à noite no restaurante em frente. É a lisura do cerrado na seca e a terra vermelha e as plantas mirradas e retorcidas como se tivessem a minha mesma saudade. É a minha saudade, que pertence a hoje. É a minha palavra pequena e o meu pensamento pequeno que se faz ao se pensar e se esgarça como as nuvens na chapada. É a chapada que imaginei, antecipei e não vi. É o visto que não imaginei e não antecipei e correu periférico pela minha vida, entre um sinal de trânsito e outro. É a voz me pregando um susto ao telefone. É o acorde fluido que dura o tempo de uma inspiração (meu nascimento) e uma inspiração (minha morte). É não saber.
_______zen, adriana lisboa
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já é outubro e eu só quero não saber até venta de imprevistos ali fora {}