Uma das mais interessantes questões geradas pelo advento da escrita íntima na internet é: para quem contar nossos segredos? A princípio, a maioria das pessoas que escrevem um diário íntimo virtual se sente mais apta a dividir suas inquietações com "estranhos". A confiança no leitor desconhecido é estabelecida, como já foi visto, pelos pontos em comum entre ele e o diarista e pela segurança de não conhecê-lo em "carne e osso". Existe uma aproximação virtual que se dá pelas afinidades, mas também uma distância real que se dá pela falta de contato físico."
[denise schittine]
no livro "blog: comunicação e escrita íntima na internet", a jornalista Denise Schittine estuda a passagem dos diários do papel para a internet e investiga as relações entre quem escreve o diário virtual e quem lê esse diário, porque, ao inscrever o seu diário na internet, o diarista conta com a presença de um público que se envolve na produção do seu escrito íntimo na medida em que acompanha seu diário e tem a possibilidade de participar dele por meio de comentários ou emails. et cetera, eu ainda não li o livro inteiro, o que eu comentei é o começo desse livro da Schittine. no segundo capítulo, ela discute a relação ao mesmo tempo próxima e distante do autor e do leitor do diário virtual. O leitor se aproxima de um diário virtual pela afinidade que ele sente que tem com o autor desse diário e a relação que se estabelece é ao mesmo tempo próxima e distante. a proximidade é virtual e a distância é física, o autor e o leitor não se conhecem pessoalmente e podem saber menos da vida um do outro do que eles imaginam, porque o autor sempre projeta uma imagem dele, uma imagem positiva, em geral, porque ele tem a necessidade de ser lido e de ser aprovado. esse jogo de imagem não acontece apenas na internet, tanto que o diarista não se sente a vontade de conversar sobre os seus sentimentos com um amigo, mas com um "estranho", um outro com quem não tem um vínculo.
o que acontece?, por que é que existe uma maior liberdade de discurso com quem não se conhece do que com quem se conhece?
[denise schittine]
no livro "blog: comunicação e escrita íntima na internet", a jornalista Denise Schittine estuda a passagem dos diários do papel para a internet e investiga as relações entre quem escreve o diário virtual e quem lê esse diário, porque, ao inscrever o seu diário na internet, o diarista conta com a presença de um público que se envolve na produção do seu escrito íntimo na medida em que acompanha seu diário e tem a possibilidade de participar dele por meio de comentários ou emails. et cetera, eu ainda não li o livro inteiro, o que eu comentei é o começo desse livro da Schittine. no segundo capítulo, ela discute a relação ao mesmo tempo próxima e distante do autor e do leitor do diário virtual. O leitor se aproxima de um diário virtual pela afinidade que ele sente que tem com o autor desse diário e a relação que se estabelece é ao mesmo tempo próxima e distante. a proximidade é virtual e a distância é física, o autor e o leitor não se conhecem pessoalmente e podem saber menos da vida um do outro do que eles imaginam, porque o autor sempre projeta uma imagem dele, uma imagem positiva, em geral, porque ele tem a necessidade de ser lido e de ser aprovado. esse jogo de imagem não acontece apenas na internet, tanto que o diarista não se sente a vontade de conversar sobre os seus sentimentos com um amigo, mas com um "estranho", um outro com quem não tem um vínculo.
o que acontece?, por que é que existe uma maior liberdade de discurso com quem não se conhece do que com quem se conhece?
