quinta-feira, 26 de junho de 2008

FOTOGRAFIAS

Para Barthes, a escritura seria uma tentativa de salvar os seus da morte, de preservar a memória desses, eternizá-los como num monumento. Como escreveu Derrida, o discurso de luto tenta falar a esse amigo, interiorizá-lo em nós e para nós, é também uma tentativa de fazê-los falar através de nós, falar o outro post mortem. [mc]
se o desejo do sujeito de se eternizar por se saber não-eterno é o que move a escritura o que a escritura guarda é um outro sujeito a memória de um sujeito que quis guardar o que estava sendo. eu me pergunto como que as pessoas gostam de se reconhecer em outras pessoas quando depois de um intervalo de tempo não conseguem se reconhecer e se espantam com o que eram. qualquer fotografia pede um olhar ajustado com humor desde quando fotografa o que já não é.