sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Seção Infantil

Serto dia Chico pensou: hoje é dia de São Pedro eu vou fazer uma festa junina. Vou convidar a Mônica, a Rosinha, a Margarida, o Cebolinha e o Cascão, para a minha festa. Vou pedir para que meu vizinho, toque sanfona na festa, vou perguntar para a minha [mãe] se ela faz as comidas.
_ Mãe poso fazer uma festa junina?
_ Sim claro! Chico Bento
_ Mãe você faz os doces?
_ Sim!
A festa está toda arrumada os convidados já chegaram.
_ Pessoal, vamos dançar, cada um escolhe o seu par.
Todos escolheram mas Rosinha ficou sem par, e Chico perguntou:
_ Vamos dançar Rosinha?
A Rosinha aceitou, eles com sua dança chamaram a atenção de todo mundo. As pessoas fizeram um circolo batendo palmas. Os contentes dançarem felizes. Fim.
[de um(a) aluno(a) da 4ª série do ensino fundamental]

esse texto é uma graça, de tão direto, do jeito que uma criança é, mesmo.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

APONTAMENTOS DE UM MUNDO PLANO

[OU O PROBLEMA É MEU]
.
t: pode falar que às vezes sou bem inteligente
paula: pena que você não sai da bolha né
t: to saindo, to saindo
paula: uhum [sente a desconfiança]
t: preferi acreditar que foi um "uhum" sincero
paula: não foi. e ai?
t: problema seu
.
eu me divirto com pouco, eim. mais aqui.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

PERSPECTIVAS

Estamos todos habituados a considerar-nos como primordialmente realidades mentais, e aos outros como directamente realidades físicas; vagamente nos consideramos como gente física, para efeitos nos olhos dos outros; vagamente consideramos os outros como realidades mentais, mas só no amor ou no conflito tomamos verdadeira consciência de que os outros têm sobretudo alma, como nós para nós. Perco-me, por isso, às vezes, numa imaginação fútil de que espécie de gente serei para os que me vêem, como é a minha voz, que tipo de figura deixo escrita na memória involuntária dos outros, de que maneira os meus gestos, as minhas palavras, a minha vida aparente, se gravam nas retinas da interpretação alheia. Não consegui nunca ver-me de fora. Não há espelho que nos dê a nós como foras, porque não há espelho que nos tire de nós mesmos. (...)
[bernardo soares]
o post de hoje é parte de um trecho do livro do desassossego, do bernardo soares, um semi-heterônimo do pessoa. desde quando eu li a primeira vez, já gostei desse trecho, por ter brincado com o jeito que eu vejo o outro e por ter me lembrado de que o outro, como eu, é uma realidade mental e não apenas física, desprovida de alma, ou seja, da capacidade de pensar e de sentir. []