sábado, 12 de dezembro de 2009

quase

em matéria de relacionamento, eu sempre fui um fiasco. quando criança, as paixões platônicas. mais tarde, quando apaixonada, não sabia até onde eu podia ir, nem quando eu tinha que ir embora. então eu não confiei mais em mim. fiquei com medo de me interessar por alguém e não conseguir reconhecer que a pessoa podia não me oferecer o que eu procurava e que a vida tinha que seguir. nesse meio tempo, a vida continuou. e o meu medo também. até que alguém interessante aparece. e aí é só alegria. explico: eu cheguei a um grau de desconfiança de mim e de medo que o simples fato de admitir que alguém me interessou e de demonstrar interesse é muito maior do que o interesse ou a falta de interesse da pessoa. além disso, tem aquele trecho do poema de canção sobre a esperança, do álvaro de campos: "se não nos encontrarmos, guardarei o momento em que pensei que poderíamos nos encontrar". esse momento, eu gosto de guardar. é quase um sopro de otimismo, de esperança. agora eu procuro ir até onde o outro me deixa ir, não quero mais espaço do que o que me é dado, e se pouco espaço me é dado, eu guardo o momento em que eu quis (sim!) ter mais espaço.