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partir,
sim, mas partir realmente,
definitivamente,
cobra que deixa a pele já crestada de sóis
e se empoleira nas árvores como um pássaro.
partir,
mas com a espontaneidade de quem sente que parte,
e não com o desespero
de quem quer fazer-se partir
partir,
que os hotéis de luxo têm seus quartos guardados para mim,
e os salões embandeirados de luz
esperam-me
partir para Jungfraus e Niagaras,
e à noite embriagar-me entre cristais e mulheres!
depois,
raspar as unhas no chão e enterrar-me
deixando os olhos de fora
para que neles pouse
o último orvalho da manhã.
______álcool, cochofel
é sempre muito bom sentir que eu parti
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
PONTO FINAL
Postado por paula às 9/14/2007 02:19:00 AM
Marcadores: Literatura