é isso. em um dia, aventuras sexuais. no outro, oi, quando muito. o que fica do encontro é o sexo, de verdade, e o que se sentiu no momento do encontro. então é quase um disparate querer manter contato com o outro depois. e, aqui, eu falo de amizade. como se o fato de o objetivo final não ser o sexo tornasse desnecessário começar qualquer conversa sobre qualquer assunto. como se fosse impossível se aproximar de alguém pelo prazer da companhia, da conversa, da diversão. por outro lado, encontrar alguém, nesse mundinho onde tudo é líquido, é saber, até quando não se sabe, que, mais cedo ou mais tarde, independente da vontade de manter contato, cada um segue sua vida, em direções geralmente opostas. e não há o que possa ser feito. e não há mágoa ou raiva a sentir. então,
let it go.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
instantaneidade
[do livro o mal-estar da pós-modernidade]
Um lado da transformação dos nossos dias é o desemaranhamento do sexo do denso tecido de direitos adquiridos e deveres assumidos. Nada retém melhor esse aspecto do que os conceitos de "sexualidade plástica", "mero relacionamento" e "amor confluente", todos cunhados por Anthony Giddens. Nada resulta do encontro sexual, salvo o próprio sexo e as sensações que acompanham o encontro; o sexo, pode-se dizer, saiu da casa familiar para a rua, onde apenas os transeuntes acidentais encontram quem - enquanto encontram - sabe que mais cedo ou mais tarde (antes mais cedo do que mais tarde) seus caminhos são obrigados a se separar novamente. [Bauman]
Postado por paula às 12/18/2009 02:14:00 PM
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